reprodução automática próximo vídeo em 5s

O natal é um agronatal

- Entre os primeiros símbolos natalinos levados do campo às residências estão as árvores de Natal. São pinheiros e tuias, produzidos aos milhares por viveiristas, em vários tamanhos e formatos, para atender o desejo e as possibilidades do bolso de cada consumidor. Os pinheiros natalinos, sempre verdes, simbolizam a esperança e a vida. Sua forma triangular evoca a Trindade. O inventor da árvore de Natal foi São Bonifácio, o apóstolo dos germanos. Por cinco anos, Bonifácio evangelizou e sem preocupações ambientais ou com costumes locais, em 723, o bispo da Germânia derrubou um enorme carvalho dedicado ao deus Thor. O carvalho destruiu tudo onde caiu, menos um pequeno pinheiro. Bonifácio interpretou esse fato como um milagre. Era Advento e ele declarou: - Doravante, chamaremos esta árvore, de árvore do Menino Jesus. O costume de plantar pinheiros para celebrar o nascimento de Jesus começou, estendeu-se pela Alemanha e de lá ao mundo.

- Os trópicos importaram símbolos natalinos de regiões temperadas: pinheiros, Papai Noel agasalhado, lareiras e até neve de algodão. Mas exportaram um símbolo natalino para Europa e América do Norte: a flor do Natal ou poinséttia, também conhecida como cardeal ou estrela-do-natal. Originária do México, ela tem folhas verdes e acima, folhas semelhantes a flores vermelhas. Seu nome científico Euphorbia pulcherrima significa a mais bela das eufórbias. Esse símbolo vegetal não vem dos astecas e sim dos franciscanos, especialistas em novidades natalinas. Como a do presépio, inventado pelo próprio São Francisco. A partir do século XVII, no México, os frades utilizaram a poinséttia em comemorações natalinas e associaram suas brácteas vermelhas à estrela de Belém. Hoje, mais de 120 milhões de vasos servem para fins decorativos natalinos na Europa. Aqui, a poinséttia é a planta de decoração mais vendida no Natal para enfeitar shoppings, lojas e residências. Na Cooperativa Veiling Holambra, principal centro de comercialização atacadista da floricultura, só na época do Natal são vendidos 2 milhões de vasos.

- Além da decoração, a agropecuária marca a ceia de Natal fornecendo a proteína animal usada nos pratos típicos desta época. Num encontro eucarístico, familiares dispersos e distantes se reúnem nesse dia sagrado. Na ceia são consumidas proteínas nobres: peru, chester, tender, pernil e outras carnes e cortes especiais.

- O Natal coincide com a passagem da primavera para o verão, o tempo da colheita de frutas tropicais e subtropicais. Frescas e secas, elas acrescentam cor e sabor às ceias, integradas inclusive em farofas, bolos e panetones. E haja panetones. Só a Bauducco produz mais de 75 milhões. Haja farinha, ovos e açúcar. A pesquisa agrícola ampliou o tempo da frutificação e a disponibilidade de pêssegos, uvas, bananas, morangos, nectarinas, mangas, ameixas, maçãs e outras. No Natal, cresce o consumo de nozes-pecã, castanha do Pará, castanha de caju, uvas-passa, cacau, castanha de baru, frutas cristalizadas e macadâmia.