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UOL Vê TV #23: Com o histórico do Marcão do Povo, não adianta se desculpar

O apresentador Marcão do Povo, que comanda o programa jornalístico Primeiro Impacto no SBT, foi afastado e virou motivo de revolta entre jornalistas dentro da própria emissora depois de sugerir que o presidente Jair Bolsonaro criasse um campo de concentração para infectados pelo novo coronavírus.

O podcast UOL Vê TV #23 explica o caso e o racha interno no jornalismo do SBT, lembrando que o histórico do apresentador tem outros episódios como o que causou sua demissão da Record, quando fez comentário sobre a cantora Ludmilla, que o processou por injúria racial.

Eu acho que nesse momento, com o histórico que o Marcão do Povo já tem, ele pedir desculpas também não é um negócio que adianta. Porque não é uma coisa de 'sempre tive um tipo de comportamento e cometi um erro'. É um histórico que todo mundo já conhece, todo mundo já sabe e que, inclusive, pelo que a gente imagina, levou ele até esse posto que ele está ocupando hoje, então não dá, não é crível. Você não vê a pessoa se desculpando e fala 'poxa, é verdade, ele está arrependido porque ele falou que todos os doentes de corona teriam de ir para um campo de concentração'. Não, daqui a pouco vem outra, afirma Débora Miranda (disponível no vídeo acima a partir de 9:40).

Chico Barney não entende como se deu a contratação do apresentador e a forma como ele se manteve por tanto tempo no ar antes deste episódio do afastamento no SBT.

A contratação do Marcão do Povo já foi muito bizarra. Basta a gente lembrar que ele foi demitido da Record por falas extremamente bizarras contra a cantora Ludmila, que depois virou um processo judicial. Então acho que a própria postura do SBT de contratar um cara desse e permanecer no ar tanto tempo já é um negócio surreal, afirma Chico Barney (no vídeo a partir de 6:20).

Mauricio Stycer opina que apresentadores como Marcão do Povo e Dudu Camargo em um programa jornalístico do SBT são reflexos de como Silvio Santos vê o jornalismo como assunto de menor importância.

Tanto o Dudu quanto o Marcão não são escolhas do jornalismo, ambos vieram de cima, são coisas que passaram por cima do jornalismo, então, de certa forma, isso explica um pouco essa sensação que é uma coisa descolada do jornalismo, embora seja jornalismo, afirma Stycer (no vídeo a partir de 7:20).

Tudo isso também tem muito a ver com a relação que o Silvio Santos tem com o jornalismo, que é uma relação de considerar isso uma coisa de menor importância mesmo, completa.

Para Flávio Ricco