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Superliga: Clubes não podem estragar produto onde se destacam, diz executiv

No dia 18 de abril um grupo formado por 12 clubes dentre os mais ricos do futebol europeu anunciou a criação da Superliga Europeia, uma competição com a presença fixa deles, além de clubes convidados, com valores elevados de arrecadação para todos, medida que foi vista como elitista até mesmo pelos torcedores dos envolvidos, o que levou ao fracasso da iniciativa em poucos dias.

Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, o executivo de marketing Bruno Maia, especialista em inovação e novos negócios na indústria do esporte, afirma que o grande erro da Superliga foi a tentativa de consolidação de hegemonias, o que foge do modelo de iniciativas de sucesso no mundo econômico atual e que é possível aumentar a arrecadação sem estragar o produto que divulga os próprios clubes, em referência à Liga dos Campeões.

A gente saiu de um contexto em que o futebol cresceu e dominou, se tornou um esporte hegemônico no planeta na segunda metade do século 20 em cima da lógica de comunicação de massa, do crescimento dos veículos de comunicação de massa e a gente vive há 20 anos uma digitalização do mundo e da forma como se consome, da forma como se transaciona. O futebol não abraçou isso e neste novo mundo, não é muito difícil ler o que eu vou falar, a lógica é exatamente da diversificação, da multiplicidade, da customização, diz Maia.

Quanto mais opções você tem para consumir um produto com características diferentes nos agentes que envolvem aquele produto, mais chances você tem de engajar o consumidor dentro dessa indústria. E a gente está vivendo uma fase de repetidos movimentos e tentativas de consolidação de hegemonias, seja a nível nacional no Brasil, seja agora o que se viu em abril passado na Europa com a discussão da Superliga, de que os times que ganham mais têm que ganhar mais, eles vão ganhar mais, eu acho que eles têm que ganhar mais, mas eles não podem estragar o próprio produto onde eles se destacam, completa.

O especialista afirma que a ideia de que o público que consome o futebol tenha de escolher um entre 12 clubes para torcer e gastar dinheiro com ele é algo que foge da lógica atual na comparação até com o que outras modalidades têm buscado para engajar e fidelizar mais o seu público, o que se dificulta quando há uma disparidade muito grande no nível de diferentes clubes em uma competição.

O produto principal, os campeonatos, têm que ser igualitários, tem que ser potencializada a competição, a concorrência e isso vai fazer com que o lugar onde os grandes clubes disputam gere bastante dinheiro para eles, se eles tiverem rivais à altura, se eles tiverem mais torcida, essas rivalidades vão ser acirradas, o consumidor vai gastar mais dinheiro e ele vai lucrar ma