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Sem Frescura: é possível 'pegar friagem'? Passar frio deixa a gente doente?

Sabe aquela frase leva uma blusa para não pegar friagem? Quem nunca ouviu isso dos avós ou dos pais, não é mesmo? Mas será que passar frio pode, realmente, deixar você doente?

Não, passar um pouco de frio, por si só, não é algo que vá deixá-lo doente.

Mas isso só vale quando o frio é leve, como quando você esquece a blusa em casa, e não em situações extremas, já que a exposição prolongada a temperaturas muito baixas pode levar a um quadro de hipotermia. Aí, sim, a hipotermia pode até mesmo causar uma parada cardíaca e até matar.

No caso da popular friagem, ela por si só não faz mal. O problema é que em situações de clima frio, uma série de fatores paralelos à temperatura pode fazer a gente ficar doente.

Por exemplo: a tendência em dias gelados é que as pessoas fiquem em ambientes mais fechados. Junte isso com aglomeração e com a tendência dos vírus que causam gripes e resfriados circularem mais no inverno e temos uma situação perfeita para que as pessoas fiquem doentes.

De qualquer forma, tanto gripes quanto resfriados e outras doenças respiratórias, como os principais tipos de pneumonia, dependem da presença de um agente infeccioso, podendo ser vírus e bactérias. Sem eles, não importa a temperatura, ninguém terá uma doença do tipo.

Há também quem diga que o frio faz com que a imunidade do nosso corpo fique abalada. Na verdade, o problema maior aqui é a baixa umidade do ar, que deixa as vias aéreas mais secas e vulneráveis a infecções ou a quadros de rinite e sinusite.

E o choque térmico? Será que sair de ambientes quentes e ir para o frio pode causar problemas?

Bem, aqui a questão é outra. De maneira geral, sair de um banho e correr até o quarto porque você esqueceu a toalha não é algo que, obrigatoriamente, vai deixar você doente.

Aqui, o risco maior seria em situações extremas mesmo, o que poderia causar, por exemplo, variações abruptas de pressão arterial.

De qualquer maneira, a relação entre frio e ficar doente depende muito mais de um conjunto de fatores do que de um motivo isolado.

Roteiro: Rodrigo Lara. Fontes: Sara Mohrbacher, clínica geral do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP); Maria Inês Valery, pneumologista da DaVita Serviços Médicos; José Rodrigues Pereira, pneumologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Fábio André Santos Pampolha, médico da família e comunidade e supervisor médico do Cejam (Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim) e João Salge, pneumologista do Fleury Medicina e Saúde.