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Sakamoto entrevista Marcelo Freixo (Íntegra)

O crime organizado do Rio já está no poder. É o PMDB

O crime mais organizado do Rio de Janeiro não disputa o poder, ele já está no poder. O crime organizado é o PMDB.

A declaração, do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), pode parecer lugar-comum em um momento em que o ex-governador Sérgio Cabral, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, entre outros expoentes do PMDB carioca, encontram-se presos por conta de denúncias de corrupção e desvio de recursos públicos. Mas, como ele mesmo faz questão de ressaltar, vem repetindo isso há anos.

O professor de História, formado pela Universidade Federal Fluminense, chegou à Assembleia Legislativa em 2007. Logo em seu primeiro mandato, presidiu a CPI das Milícias, que resultou no indiciamento de 225 pessoas e em ameaças contra a sua vida. Por conta de sua atuação, inspirou o personagem Diogo Fraga, no filme Tropa de Elite 2. Também presidiu a CPI do Tráfico de Armas e Munições. Ficou em segundo lugar nas eleições à Prefeitura do Rio de Janeiro em 2012 e 2016, perdendo, respectivamente, para Eduardo Paes e Marcelo Crivella.

Freixo conversou com a TV UOL sobre o caos na segurança pública em que o Rio está mergulhado. Não apenas pela grave crise econômica, mas também, segundo ele, pelo colapso de instituições e como consequências de políticas que beneficiam os cidadãos e cria uma legião de matáveis e de sobrantes - sejam eles moradores de áreas pobres, bandidos ou policiais.

Policiais honestos, aliás, são vítimas dessa situação, em detrimento aos que não seguem as regras e os que criam milícias. Neste ano, até este momento, foram 102 assassinados. Ao mesmo tempo, segue o genocídio de jovens negros e pobres nas periferias.

Nós não podemos achar que a solução para a segurança pública de uma cidade é eliminar o inimigo. Há um processo da criminalização da pobreza, das favelas, das periferias, de onde vem os próprios policiais. E o resultado é que você tem é a polícia que mais mata e a que mais morre. Homens de preto, matando homens pretos, quase todos pretos, afirma Freixo.