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Prefeitos assumem cidades com perspectiva de caos financeiro em 2017

Enfrentar a crise econômica representa o principal desafio para os prefeitos que tomam posse neste domingo (1º). Assim como governos estaduais, prefeituras brasileiras vivem situações de penúria. Pessimista, o presidente da CNM (Confederação Nacional de Municípios), Paulo Ziulkoski, prevê que, para os municípios, 2017 será ainda pior que os últimos anos. O caos está chegando, afirma. Segundo o presidente da CNM, a maioria das cidades filiadas à confederação está no vermelho. Não é possível, diz Ziulkoski, estimar o total que as prefeituras devem, mas só a dívida previdenciária dos mais de 5.000 municípios brasileiros já chega a R$ 100 bilhões. Isso vai estourar em 2017, alerta. De acordo com ele, a conta com precatórios gira em torno de R$ 80 bilhões. Também há débitos com servidores e fornecedores.

Lacerda, que presidirá a FNP até o mês de abril, tem procurado o apoio do governo federal. Na quinta-feira (29), ele se reuniu com o presidente Michel Temer (PMDB) e com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em Brasília. A prioridade, diz Lacerda, é conseguir o apoio do governo para projetos de interesse das prefeituras que tramitam no Congresso. Um deles criaria uma contribuição sobre os combustíveis que seria destinada para o financiamento do transporte público nos municípios. Para Ziulkoski, depois de 2017, a situação permanecerá complicada e as prefeituras poderão ser obrigadas a cortar mais serviços. Um agravante, diz ele, é a entrada em vigor da PEC do Teto, a emenda constitucional que impõe limites aos gastos públicos do governo, que por 20 anos só serão corrigidos pela inflação.

Os prefeitos ligados ao agronegócio, muitos deles pertencentes a partidos da base aliada do governo federal (como Ari Lafin (PSDB) em Sorriso (MT), Paulo do Vale (PMDB) em Rio Verde (GO) e o produtor rural e agrônomo José Eduardo Coscrato Lélis, que dirigia o Sindicato Rural de Guaíra (SP) e era diretor da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), e que foi eleito prefeito do município paulista), também assumiram a posse com a expectativa de que a ligação ao governo possa vir a facilitar o diálogo, o gerenciamento da crise e a apresentação de demandas relacionadas ao campo.