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O comerciante Paulo César da Silva Siqueira, de Estância (SE), comprou uma escuna 20 anos atrás, sem conhecimento algum de turismo. A ideia inicial era levar turistas para conhecer Mangue Seco (Divisa entre Bahia e Sergipe, onde foi gravada a novela Tieta).

Como é praxe nesse tipo de passeio, havia a parada para o almoço -- porém, Paulinho não conseguia apoio dos restaurantes locais. Parecia sabotagem.

Foi quando teve a ideia de fazer almoços na própria escuna Gazzela. Transformei a embarcação num restaurante. Com o tempo, as pessoas queriam ir para Mangue Seco mais para comer a comida da escuna, ri. Assim, Gazzela se tornou um restaurante itinerário, com passeios fechados em que os marinheiros são os cozinheiros.

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No cardápio, o carro-chefe é a mariscada completa, prato que segundo ele é afrodisíaco porque tem muitos frutos do mar. Também faz sucesso o prato que ele ensinou para Zeca Camargo durante o programa Brasil com Zeca: a picanha de preguiçoso.

EmbedUOL :: Picanha de preguiçoso

O prato foi apelidado assim por Paulinho por ser fácil de fazer e não exigir cortes e temperos na cozinha.

É simples: tire a pele da picanha do lado oposto da camada de gordura. Depois coloque uma camada grossinha de sal fino, outra camada de farinha de trigo, e ela vai ficar toda branca. Coloque para assar com a gordura para cima, numa assadeira. A picanha fica crocante, macia e suculenta

No passeio de escuna, os turistas descobrem lugares paradisíacos para banho e conhecem uma preciosidade: a Ilha da Sogra. O lugar foi batizado por Paulinho. O motivo? É bonito e bom para deixar a sogra, afinal, é desértico, não tem sombra ou estrutura alguma. Inclusive as sogras têm desconto no passeio, porque só vão e não voltam, ri.

http://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/8a/2020/11/19/ilha-da-sogra-1605833326288_v2_750x421.jpg title=A Ilha da Sogra forma-se durante a maré baixa e vira atrativo turístico>A Ilha da Sogra forma-se durante a maré baixa e vira atrativo turístico - Leonardo Wen/Folhapress (750x421)

O nome da escuna tem uma história curiosa. Quando Paulinho comprou o barco, todo mundo questionava se ele manteria o Gazzela. Ele nem ligou e jamais quis trocar.

Um dia, Gilberto Gil entrou nela. Subiu, desceu, olhou de todos os lados e veio me perguntar quem era o dono. Depois me contou, emocionado, que quando era mais jovem dormia nessa escuna em Morro de São Paulo (de onde ela era) e se lembrou daqueles tempos. Aí que eu nunca m