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Participação brasileira no 15º dia parece roteiro de cinema

O último sábado dos Jogos de Londres não está nos cinemas, mas poderia dar um belo longa metragem. Um não. Três.

O primeiro filme se desenrola nas quadras de vôlei. É o ouro da seleção feminina. E é uma comédia de erros, como as de Woody Allen. Imaginou o técnico José Roberto Guimarães como um dos personagens do diretor? Não é. Na verdade, esse é o papel de toda a seleção brasileira. Se a equipe fosse um homem, ela seria um cara nervoso, neurótico, inseguro, que precisa de alguém dizendo para confiar em si mesmo, duvida sempre que vai conseguir atingir o objetivo final a cada passo e, quando todo mundo achava que realmente não conseguiria, ele sai vitorioso. O Brasil contrariou todos os prognósticos, bateu com propriedade o time mais temido e entrou para a história como o primeiro time do país a conseguir dois títulos seguidos em Olimpíadas. Em um jogo emocionante e que retratou bem a campanha da equipe em Londres, o time de Jaqueline, Sheilla e Dani Lins fez 3 sets a 1 (11-25, 25-17, 25-20 e 25-17) nos Estados Unidos.

Agora, nossa é um filme independente quase em sua totalidade. Com dificuldades e contra todas as probabilidades, dois irmãos se destacam no boxe. Para não lutar com o irmão caçula, Yamaguchi Falcão sobe de categoria e acaba com a medalha de bronze. Esquiva, chega à final. E para transformar o garantido bronze, em ouro, precisa vencer o rival (e algoz do Mundial de 2011) Ryota Murata. Apesar de toda dedicação na preparação, o brasileiro foi punido em dois pontos por agarrar muito o adversário. Com isso, por apenas um ponto de diferença, o japonês mais uma vez venceu (14 a 13). Mesmo com o segundo lugar, Esquiva colocou seu nome na história do boxe, como o primeiro brasileiro a disputar uma final olímpica.

Para terminar a trilogia, vem o blockbuster. O filme de orçamento gigante, com grande elenco, efeitos especiais, que deveria chegar aos cinemas e quebrar todos os recordes. Mas... O longa que era pra ser um filme de super-herois virou terror logo aos 30 segundos de jogo. Rafael errou na saída de bola, Peralta saiu sozinho na cara do goleiro Gabriel e bateu rasteiro. Aos 29 minutos do segundo tempo, o mesmo Peralta subiu sozinho na área e cabeceou com estilo, para liquidar a partida. Hulk diminuiu para a seleção brasileira, aos 45 minutos da segunda etapa. Nos acréscimos, aos 48, Oscar perdeu um gol sozinho, na pequena área. Fim do filme. Ou melhor, do jogo: 2 a 1 para o México.

As diferenças nos roteiros mostram que algumas medalhas são conquistadas. Outras, perdidas. Imagens: TV Record; reportagem: Bruno Doro e Priscila Gomes; narração: Priscila Gomes.

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