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Neste episódio de Papo Preto, o apresentador Yago Rodrigues recebe a cientista Kananda Eller, conhecida nas redes sociais como a deusa cientista. Ela conta as suas vivências e perspectivas sobre a representatividade negra na produção científica brasileira.

Kananda explica que a ciência ainda está um pouco distante da sociedade no geral e ainda mais das pessoas pretas. A ciência está no lugar de autoridade, de elevação social, de dizer a verdade sobre a realidade, mas ao mesmo tempo ela se colocou distante da população negra (a partir de 2:23 do arquivo acima).

Parte da explicação para esse distanciamento está no racismo científico, que vem como um suporte para a colonização. Existiam teóricos, lá no século 17, que fundamentaram teorias para dizer que o branco era superior às outras raças, e que mais inferior que todos era o negro. A partir dessa teoria, a universidade vai validar e construir formas de teoria para dizer que o negro é inferior ao branco (a partir de 3:58 do arquivo acima).

A representatividade, para ela, é fundamental para que a população negra tenha ferramentas para sair do lugar onde foi colocada pela sociedade para ocupar outros espaços. Não nos dão ferramentas nem para sair desses lugares. Agora existe esse movimento de luta para nos vermos em espaços, como na televisão, para que essa movimentação de que estamos sempre na base e sustentando tudo acabe (a partir de 11:20 do arquivo acima).

Papo Preto é um podcast produzido pelo Alma Preta, uma agência de jornalismo com temáticas sociais, em parceria com o UOL Plural, um projeto colaborativo entre o UOL, coletivos e veículos independentes. Novos episódios vão ao ar todas as quartas-feiras.

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