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Neste episódio de Papo Preto, o apresentador Yago Rodrigues conversa com It'sa Gonçalves, que é bicampeã nacional de breaking. It'sa fala da ausência de mulheres na cena breaking e dos desafios de viver da dança e de se encaixar nas disputas como artista não-binário.

It'sa diz que é muito difícil viver da dança e fazer com que a sociedade veja o breaking como uma profissão. Não adianta só eu ver como profissão e o meu colega que exerce a mesma função ver como hobby, o outro como um estilo de vida, diz. Quando comecei a trabalhar era muito explorada, mesmo depois de me profissionalizar percebi que estava sendo explorada (a partir de 6:30 do arquivo acima).

Ela conta que vencer diversos campeonatos não a tirou da posição social em que sempre esteve e que é uma falsa ilusão achar que se está em ascensão por estar sendo reconhecida em campeonatos. Teve um momento em que fui bicampeã nacional no domingo e terça-feira eu estava no telemarketing, isso deu um bug na minha cabeça (a partir de 9:15 do arquivo acima).

A ausência de mulheres, segundo It'sa, faz com que as poucas que se aventuram na cena do breaking busquem sempre referências masculinas. Sem querer pensamos que para dançarmos bem precisamos dançar igual a um homem. Sem saber, a gente invisibiliza totalmente as mulheres do braaking (a partir de 13:21 do arquivo acima).

Papo Preto é um podcast produzido pelo Alma Preta, uma agência de jornalismo com temáticas sociais, em parceria com o UOL Plural, um projeto colaborativo entre o UOL, coletivos e veículos independentes. Novos episódios vão ao ar todas as quartas-feiras.

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