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Moro estava afetado por embates e discussões, diz advogado de Lula

O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em processos da Operação Lava Jato, disse esperar um julgamento isento na segunda instância sobre o chamado caso do tríplex. O TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), sediado em Porto Alegre, analisa o assunto em sessão no dia 24.

A confirmação da punição pode tornar Lula inelegível -- ele é líder em pesquisas eleitorais -- e até mesmo levá-lo à prisão. Na primeira instância, ele foi condenado a nove anos e meio de prisão pelo juiz Sergio Moro. O petista nega as acusações.

A declaração de Zanin Martins foi dada em entrevista ao UOL nesta quinta-feira (11), em São Paulo, em que disse esperar um tratamento respeitoso e cordial dos desembargadores do TRF-4. Segundo ele, isso não ocorreu na primeira instância, onde teria havido uma animosidade descabida em relação a Lula e sua defesa.

Para o advogado de Lula, a sentença de Moro faz referências em vários momentos a situações que envolveram o juiz e a defesa, o que mostra, na verdade, confirma, que ali não estava um juiz isento e sereno, mas um juiz que estava afetado de alguma forma por embates ou discussões havidas em audiência. Na visão de Zanin Martins, isso reforça que a sentença foi proferida por alguém que não tinha a necessária imparcialidade.

A defesa de Lula já questionou a suposta imparcialidade de Moro em recursos à Justiça em diferentes instâncias. Até agora, todos foram negados.

Na sentença do tríplex, Moro diz que sempre tratou os defensores com urbanidade, ainda que não tivesse reciprocidade. O juiz incluiu no documento transcrições de trechos de audiências em que houve discussões entre ele e a defesa de Lula.

Moro também citou medidas processuais questionáveis tomadas pela defesa de Lula contra ele, como processos por abuso de autoridade, e afirmou que isso não afetou sua imparcialidade. As ações contra Moro foram negadas ou arquivadas pelo TRF-4.