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Meteoro por Trás da Cena: Diretora de "Mulan" busca avanço no feminismo

Mulan, a animação, estreou em 98. Mais de 20 anos depois, chega aos cinemas do mundo todo a versão live action (com atores) no final de março. Mulan discute questões de gênero porque, em seu roteiro, o imperador chinês convoca um homem de cada família para lutar em uma guerra, mas a família protagonista só tem um homem, o pai, que está velho e cansado. Assim, a filha, Mulan, se veste como homem para enganar a todos e cumprir o chamado. Ela passa por situações esquisitas ao longo da animação. Algumas delas sugerem que gênero é algo fluído.

Os homens do exército não gostam de Mulan e a maltratam, mesmo acreditando que ela é um homem. Por que isso acontece então? Porque por mais que ela tente agir dentro do estereótipo masculino, ela é uma mulher fingindo e, com isso, não cumpre as expectativas de masculinidade de um soldado/guerreiro de seus pares. Isso só muda quando a protagonista consegue pegar uma flecha no alto de uma árvore e, assim, se destacar. Na cabeça deles, um homem diferente pode ser o melhor entre eles. E isso desafia as convenções de gênero.

E por que esta explicação toda? Porque a diretoria da versão live action é a neozelandesa Niki Caro, que relata como é difícil ser vista como uma diretora mulher. Ela luta para ser reconhecida por seu trabalho sem este complemento: mulher. Não que ela não veja o mundo por meio de lentes femininas, mas afirma que isso é reducionismo. E mais: reclama desta visão de que as mulheres precisam ser duronas e dar porrada em busca de respeito. Não somos o tempo todo assim. Será que ela conseguiu dar este passo à frente no filme que chega aos cinemas do mundo todo na última semana de março e mostrar que a discussão de gênero precisa ir além?