reprodução automática próximo vídeo em 5s

Havana Connection - Transmitido ao vivo no dia 28/07/2017

A população está anestesiada, afirma Jean Wyllys. É impressionante que o país tenha ido às ruas dizer que queria limpar o Brasil da corrupção e agora tenhamos uma quadrilha, uma facção de criminosos, comandando a República.

O deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro, ao lado do coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, e da jornalista Laura Capriglione, participaram de um bato-papo sobre a situação do governo Michel Temer e sobre a falta de um projeto da esquerda para o Brasil nesta nova edição do Havana Connection. O programa, mediado por este que vos escreve, foi transmitido ao vivo, na sexta (28), e pode ser assistido em vídeo ao final deste post.

Nesta semana, o plenário da Câmara dos Deputados analisará a admissibilidade da denúncia por corrupção passiva contra Temer, feita pela Procuradoria-Geral da República, que levaria ao seu afastamento para que se torne réu no Supremo Tribunal Federal. Após liberar centenas de milhões de reais em emendas parlamentares e negociar cargos, o governo conseguiu uma vitória sobre o tema na Comissão de Constituição e Justiça. Nas últimas semanas, Temer recebeu deputados para pedir apoio. São necessários 342 votos para que a denúncia seja admitida.

Mesmo que essa seja negada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar outra, agora por obstrução de Justiça.

De acordo com o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, criou-se um abismo entre o governo Temer e a maioria do Congresso Nacional e o conjunto da sociedade brasileira, que tem rejeitado suas reformas e propostas, como as mudanças nas aposentadorias, e demonstrado sua insatisfação com índices de aprovação de 5% ou menos.

Num momento de crise institucional brutal, com a Nova República falindo, e a esquerda com seus impasses, o sentimento de insatisfação e indignação acaba sendo canalizado para a abstenção - ou seja, não adianta nada, tô fora - ou para a antipolítica de terno ou de farda, diz Boulos.

A jornalista Laura Capriglione afirma que o país não previu que Michel Temer fosse se agarrar tanto ao cargo. A gente não imaginou que Temer fosse lutar da maneira aguerrida que ele tem lutado para permanecer. Comprar deputados, na cara dura, à luz do dia, precisa ter coragem, diz.

Ou precedente, completa Jean. Se a Lava Jato cometeu tantas arbitrariedades, se ela atropelou o tempo das garantias jurídicas e isso foi aplaudido em nome do combate à corrupção, se foi esgarçada a presunção da inocência de tal maneira, houve um precedente para que agora cheguemos a esse ponto.

Na opinião de Guilherme Boulos, Temer não cai porque tem um sindicato de ladrões que o sustenta e não ha um nível de mobilização suficiente para derrubá-lo, a ele e a o sindicato de ladrões. Para ele, a insatisfação não se traduziu em mobilização.

E isso apesar da rejeição às medidas tomadas pelo governo. Na opinião de Laura Capriglione, apesar da Reforma da