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Fora da Curva #9: Sem foco na pandemia? Quem produz muito também se sente u

No nono episódio do podcast Fora da Curva, a empreendedora e criadora de conteúdo Monique Evelle vai a fundo nos assuntos que surgem diariamente nos tempos de pandemia.

Nos últimos anos o mundo passou por cenários de transformações, escândalos em grandes empresas como o Facebook, manifestações por todo o mundo, desastres ambientais no Brasil, e tudo isso serviu de alerta, que a gente não ouviu ou fingiu que não ouviu.

Hoje, parece que a ficha caiu. Ainda assim, tentamos costurar pára-quedas coloridos. Essas e outras reflexões sobre o que estamos vivendo com a pandemia da covid-19 são tema o episódio.

Para guiar o raciocínio e trazer alívios e alertas sobre os tempos atuais, Monique recorre a autores como o brasileiro Ailton Krenak, de Ideias para adiar o fim do mundo, e o sul-coreano Byung-Chul Han, de a Sociedade do Cansaço.

Para iniciar as provocações sobre o tema, Monique lê um trecho do livro de Ideias para adiar o fim do mundo (ouça a partir de 3:58). Por que nos causa desconforto a sensação de estar caindo? A gente não fez outra coisa nos últimos tempos senão despencar. Cair, cair, cair [...] por que estamos grilados agora com a queda? Vamos aproveitar toda a nossa capacidade crítica e criativa para construir paraquedas coloridos, vamos pensar no espaço não como um lugar confinado, mas como os cosmos onde a gente pode despencar em paraquedas coloridos, citou ela.

No entanto, Monique fez questão de trazer o contraponto sobre o cenário da pandemia e como ele chega às periferias. Claro que a gente sabe que, mesmo com paraquedas coloridos ou não, tanto faz, tem grupos que não vão conseguir se salvar dessa. A gente sabe como as periferias do Brasil passam por dificuldades, já passavam independente da pandemia do coronavirus, e agora acentuou tudo [...] e a gente já tá vendo esse caos acontecer, lamentou ela.

Sobre a ideia da produtividade constante, Monique se apoiou nas reflexões do livro Sociedade do Cansaço, que considera a melhor obra para entender o cenário (ouça a partir de 5:24). O autor menciona duas sociedades. Uma sociedade que é a sociedade do controle ou da disciplina [...] e a sociedade do cansaço ou do desempenho, que é a sociedade em que estamos agora, explicou ela.

Monique relacionou as consequências de estarmos em um mundo que nos exige cada vez mais (ouça a partir de 9:16). De um lado, a gente tinha uma sociedade do controle que gera loucos e delinquentes, segundo o autor; [de outro lado] a sociedade do cansaço, que produz depressivos e fracassados, afirma.

E questionou: Por que essa sociedade atual está produzindo depressivos e fracassados? É o excesso de positividade. Na sociedade do controle, a gente tinha um excesso de negatividade, agora, a gente têm um excesso de positividade. Ou seja, o excesso de 'podemos fazer tudo', e que vem nos levando até aqui e até diversas doenças psicológicas [...] isso faz com que a gente fique numa corrida para mostrar resultados o tempo todo, bater metas, dizer pa