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Fora da Curva #22: Verônica Oliveira, do 'Faxina Boa', avalia trabalho domé

No sexto episódio do podcast Fora da Curva, a empreendedora e criadora de conteúdo Monique Evelle entrevista Verônica Oliveira, criadora do projeto e redes sociais Faxina Boa, com conteúdos voltados para trabalhadores e trabalhadoras domésticas. Oliveira, que já foi diarista, fala sobre o futuro da profissão e os estereótipos que ainda persistem.

Ouça o programa no arquivo acima.

Verônica Oliveira já foi atendente de telemarketing, mas com a falência da empresa em que estava empregada acabou migrando para uma companhia que pagava salários mais baixos. Em crise financeira e passando por problemas psicológicos, foi faxinando a casa de uma amiga que ela encontrou o gosto pela profissão, mas também deparou com o preconceito que cercava o trabalho de diarista ao pesquisar formas de divulgar seu trabalho nas redes sociais.

Fui pesquisar nas redes sociais e vi que era muito triste. Era sempre assim: 'Não estou conseguindo pagar minha faculdade, então vou fazer faxina'. 'Estou passando uma grande necessidade, então eu vou fazer faxina'. Aí eu falei: pera aí, eu vou colocar que eu vou fazer faxina, então, porque sou muito boa, lembra Oliveira (ouça a partir de 04:52).

A divulgação dos serviços de Verônica começou em seus próprios perfis nas redes sociais. Com referências de filmes e séries, os posts viralizaram e alcançaram 10 mil curtidas no Facebook e a ajudaram a divulgar o trabalho.

O tempo com o rodo, a vassoura e os produtos de limpeza nas mãos lhe deu a certeza que as pesquisas sobre o futuro do trabalho, que normalmente assombra profissionais de todas as classes, está longe de prever (ou pelo menos acertar) a extinção do serviço doméstico, pelo menos no país.

Mas Verônica enxerga algumas mudanças no que chama de nova geração de trabalhadoras domésticas: O trabalho doméstico não vai deixar de existir, pelo menos não aqui no Brasil. E eu vejo assim, é uma nova geração de trabalhadoras domésticas. E que não vai aceitar coisas que aconteciam antigamente. Então, quando eu atendo uma pessoa que me contrata para um determinado serviço e eu chego na casa dela e ela começa a pedir várias outras, eu hoje me sinto à vontade o suficiente para virar e falar: não. Não, você está me contratando para uma coisa, e eu vou entregar aquilo que foi combinado. Antes não era assim, disse Verônica (a partir de 7:57).

Ela também reflete, no podcast, sobre a criação da PEC das domésticas. A maioria das pessoas opta por fazer o serviço como diarista e não como empregada doméstica, justamente para ter uma renda maior. Porque também tem isso: o piso da categoria é muito baixo. Quem registra tenta sempre pagar só o piso. Como diarista, a renda é muito maior. Então, apesar de ter sido um avanço ter esses direitos garantidos, eles não estão muito acessíveis, comenta ela (a partir de 15:11).

Verônica Oliveira é criadora de conteúdo digital e palestrante. Participa de campanhas para grandes marcas, produção de materiais publicitários e mantém o projeto Faxina Boa,