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Em grupo, mulheres constroem rede de apoio para vencer período pós-parto

Privação do sono, falta de apoio, problemas com a amamentação, frustração ao lidar com um bebê. Cenas totalmente diferentes das idealizadas durante a gestação.

Esses são alguns dos principais temas que mães compartilham, toda quarta-feira, em reuniões para falar sobre o puerpério, o período logo após o parto. Ele pode durar bem mais que os tais 40 dias de resguardo recomendados por alguns médicos.

“Eu não sabia mais quem eu era”, diz a empresária Priscilla Manfredi, 34. Segundo ela, o mais difícil foi abrir mão da individualidade após o nascimento de Serenna, 1.

“Você tem um bebê lindo nos braços e não pode dizer que está infeliz, porque assustaria todo mundo”, afirma Camila Caslini, mãe de Arthur, 2.

Esse comportamento de esconder a dor, segundo o psicólogo e terapeuta familiar Alexandre Coimbra Amaral, está atrelado à cultura judaico-cristã, na qual “é proibido uma mulher abençoada reclamar da sua bênção. É uma heresia”, explica.

O especialista diz que a chegada de um filho exige da mulher tempo para a construção de uma nova identidade. Até mesmo o desejo de ficar recolhida pode auxiliar uma nova mãe a entender em quem ela está se transformando.