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É "lamentável" uso político da covid, diz líder em pesquisa de vacinas

Jerome Kim, diretor administrativo do IVI (Instituto Internacional de Vacinas, em inglês) criticou o uso político da pandemia de covid-19 por parte de alguns governos e, sem citar nomes, disse ter achado interessante quando um presidente que no começo não estava muito interessado em vacinas perguntou: 'quando é que vamos ter a vacina?'

É lamentável que a política que tenha se envolvido em um processo que deveríamos conduzir com a devida supervisão, à luz do dia, afirmou ele, que lidera a organização internacional dedicada a descobrir, desenvolver e fornecer vacinas seguras, eficazes e acessíveis para a saúde da população global. Ele fez uma clara referência ao presidente norte-americano Donald Trump, que exigiu dos cientistas uma resposta imediata à pandemia e declarou que os EUA terão uma vacina até o final do ano.

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Com toda a pressão e apoio da comunidade internacional, Kim acredita que uma eventual vacina para o coronavírus pode aparecer entre seis a 18 meses -- testes em ratos e macacos já estão sendo feitos, lembrou ele.

Perguntado pelos estudantes se as pesquisas sobre o Sars-CoV-1, surgida em 2002, poderiam ajudar a acelerar a pesquisa do atual coronavírus, o Sars-CoV-2, o especialista disse que muitos governos abandonaram os financiamentos quando o surto passou e isso brecou os avanços das respostas para o Sars-CoV-1.

As empresas e universidades que começaram a trabalhar na vacina do Sars-CoV-1, na verdade, não avançaram o suficiente no processo para que a vacina comprovadamente proteja contra o vírus, explicou, acrescentando que o primeiro vírus é 80% similar ao de 2020.

Ao ser perguntado sobre o movimento anti-vacinas, o Kim afirmou que essa resistência vem do medo do desconhecido. Por isso, é papel da IVI garantir a criação de uma vacina segura e eficaz para seres humanos. Quando governos reconhecerem que temos uma vacina segura, que é 80% eficaz na prevenção de doenças, então será mais difícil para as pessoas dizerem 'não, não a quero'.

Governos e empresas, na opinião dele, deveriam adotar medidas para convencer as pessoas a se vacinarem. Se as empresas disserem 'se você não tomar a vacina, não o empregaremos