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Cunha virou unanimidade negativa até entre quem defende impeachment

“Cunha virou unanimidade negativa. E ele tem meios de manobrar suficientemente para ter sobrevida, em um processo mais vagaroso [de sua cassação]. E há chance de ele presidir a sessão que decide sobre o futuro de Dilma, e isso é simbólico”, afirma o editor de “Poder”, Fábio Zanini, que participou de transmissão ao vivo da “TV Folha”.

Ele conversou com o repórter especial da Folha Fernando Canzian e Alessandro Janoni, diretor de pesquisas do Datafolha.

Os três analisaram as manifestações deste domingo, que em São Paulo ocorreram na avenida Paulista, e falaram sobre especial publicado neste domingo com a análise dos 13 anos do PT no poder –a reportagem é de Fernando Canzian.

Sobre os protestos em São Paulo, Zanini lembra que os organizadores já tinham admitido que foram pegos de surpresa e não houve muito tempo para convocar. “É fato que ela foi menor. A ver se esse é o começo de uma onda que vai evoluir nas próximas ou se ficará assim”, diz Zanini.

Em São Paulo, 40,3 mil pessoas foram protestar, segundo o Datafolha –número distante do pico, registrado em março, com 210 mil presentes.

Janoni, por sua vez, citou os dados colhidos entre quem estava na Paulista. Falaram sobre a expectativa dos participantes em relação a um eventual governo temer. Só 19% acham que ele faria um ótimo ou bom governo. Para um contingente maior, quase um terço (28%), Temer seria um governante ruim ou péssimo. E 47% entendem que ele seria regular.

“Acho que não caiu a ficha, as pessoas não pararam para pensar o que seria um governo Michel Temer. Ainda temos um longo processo de ajuste da economia, vamos sofrer muito”, diz Zanini.

“A economia e a operação Lava Jato retroalimentam sim a percepção e opinião das pessoas sobre a perspectiva ruim”, afirma Janoni.