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Copom mantém taxa Selic em 6,50% a.a.
O Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 6,50% a.a.
A atualização do cenário básico do Copom pode ser descrita com as seguintes observações:
Os últimos indicadores de atividade econômica mostram arrefecimento, num contexto de recuperação consistente, mas gradual, da economia brasileira;
O cenário externo tornou-se mais desafiador e apresentou volatilidade. A evolução dos riscos, em grande parte associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas, produziu ajustes nos mercados financeiros internacionais. Como resultado, houve redução do apetite ao risco em relação a economias emergentes;
O Comitê julga que o comportamento da inflação permanece favorável, com diversas medidas de inflação subjacente em níveis ainda baixos, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária;
As expectativas de inflação para 2018 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 3,5%. As expectativas para 2019 e 2020 situam-se em torno de 4,0%; e
No cenário com trajetórias para as taxas de juros e câmbio extraídas da pesquisa Focus, as projeções do Copom situam-se em torno de 3,6% para 2018 e de 3,9% para 2019. Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2018 em 6,25% a.a. e 2019 em 8,0% a.a. e de taxa de câmbio que termina 2018 e 2019 em R$/US$ 3,40. No cenário com juros constantes a 6,50% a.a. e taxa de câmbio constante a R$/US$ 3,60*, as projeções situam-se em torno de 4,0% para 2018 e 2019.
O Comitê ressalta que, em seu cenário básico para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções. Por um lado, a (i) possível propagação, por mecanismos inerciais, do nível baixo de inflação pode produzir trajetória prospectiva abaixo do esperado. Por outro lado, (ii) uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária. Esse risco se intensifica no caso de (iii) continuidade da reversão do cenário externo para economias emergentes. Esse último risco se intensificou desde o último Copom.
O Copom entende que deve pautar sua atuação com foco na evolução das projeções e expectativas de inflação, do seu balanço de riscos e da atividade econômica. Choques externos devem ser combatidos apenas no impacto secundário que poderão ter na inflação prospectiva (i.e. na propagação a preços da economia não diretamente afetados pelo choque). Esses choques, entretanto, podem alterar o balanço de riscos ao reduzir as chances de a inflação ficar abaixo da meta no horizonte relevante, por meio de seus possíveis efeitos secundários.
Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, pela manutenção da taxa básica de juros em 6,50% a.a. O Comitê entende que essa decisão reflete a mudança recente no balanço de riscos para a i