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Conversa de Portão #65: Cotas raciais: o que mudou em 10 anos?

Dez anos após terem sido implementadas no Brasil, as cotas raciais estão às vésperas de um processo de revisão. Neste episódio de Conversa de Portão, a equipe do Nós, mulheres da periferia conversou com Najara Costa, professora, socióloga e escritora do livro Quem é negra/o no Brasil. A obra debate as relações étnicas e raciais no Brasil e avalia as políticas afirmativas.

Najara diz que as cotas são grandes conquistas democráticas nesse período de redemocratização do país. Nas universidades, as cotas ampliaram as pesquisas, negros, indígenas, pessoas trans, da periferia mudaram a lógica das pesquisas e trouxeram outros saberes para ampliarmos o entendimento sobre educação como um todo (a partir de 4:59 do arquivo acima).

No processo de implantação das cotas raciais, muito se discutiu sobre os critérios para se estabelecer quem teria direito a elas. Tem direito quem sofre racismo. No Brasil sofre racismo quem carrega o fenótipo negro, explica a socióloga. Aqui o racismo opera pelo fenótipo, se a pessoa for filha ou neta de um negro e tiver as características de uma pessoa branca, não enfrentará o racismo (a partir de 9:30 do arquivo acima).

O resultado da política de cotas, ela diz, está nos números e nas pesquisas feitas ao longo desta década. As pesquisas mostram que as pessoas que entraram pelas cotas têm rendimento aquém das pessoas brancas no primeiro ano, depois no segundo começam a ter o mesmo rendimento e depois até ultrapassam, porque é isso que acontece quando nos dão oportunidades (a partir de 18:09 do arquivo acima).

O Conversa de Portão é um podcast produzido pelo Nós, Mulheres da Periferia em parceria com UOL Plural, um projeto colaborativo do UOL com coletivos e veículos independentes. Novos episódios são publicados toda terça-feira.

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