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Em 2010, o Brasil tinha 1,5 milhão de pessoas, entre homens e mulheres, em situação de prostituição. Os dados deste segmento são escassos e isso dificulta a criação de políticas públicas, principalmente porque falar em prostituição ainda é um grande tabu no Brasil.

Neste episódio de Conversa de Portão, Lívia Lima conversa com a repórter Bianca Pedrina, do Nós, Mulheres da Periferia, para saber os bastidores de uma reportagem que ela realizou investigando o trabalho sexual de mulheres das periferias de São Paulo durante a pandemia.

Ela conta que a maioria das entrevistadas está na profissão por falta de opção. Uma delas passou por abusos na infância e encontrou refúgio quando começou a namorar uma pessoa que era traficante, que a levou para este mundo e ela foi presa na Fundação Casa, conta.Quando saiu foi para uma boate e entrou na prostituição. Hoje tem filhos, marido e diz que não é uma profissão fácil, mas é de onde tira seu sustento (a partir de 3:14 do arquivo acima).

Cleone Santos, ex-prostituta e hoje ativista em defesa das mulheres em situação de prostituição, diz que a invisibilidade torna suas vidas ainda mais difícil. É um grupo que até ontem vivia na invisibilidade total, são mulheres com muita dificuldade econômica, totalmente vulneráveis. No sistema capitalista as pessoas não escolhem estar nessa situação, são empurradas para isso. Em sua grande maioria são mulheres negras (a partir de 5:19 do arquivo acima).

Ela diz ainda que essas mulheres precisam ser tratadas como qualquer outra mulher, pois estão ali buscando o sustento e não querem ficar ali. A sociedade precisa enxergar essas mulheres e olhar com menos preconceito. Assim o governo será obrigado a enxergar esse nicho também (a partir de 13:30 do arquivo acima).

O Conversa de Portão é um podcast produzido pelo Nós, Mulheres da Periferia em parceria com UOL Plural, um projeto colaborativo do UOL com coletivos e veículos independentes. Novos episódios são publicados toda terça-feira.

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