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Conversa de Portão #25: As crianças que o racismo mata

O Brasil registra uma morte de criança ou adolescente a cada 60 minutos em decorrência de ferimentos por arma de fogo. São, em sua maioria, negras. O número é comparável ao de países em guerra.

Neste episódio, Mayara Penina investiga esses dados com Marcia Gatto, jornalista que iniciou seu trabalho de defesa dos direitos das crianças e adolescentes na Chacina da Candelária, em 1993. Hoje Gatto faz parte da coordenação do Movimento Candelária Nunca Mais.

A jornalista lembra que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) havia sido sancionado três anos antes da chacina.

Esse tempo todo, a gente ainda está numa luta pela efetivação do ECA, parece brincadeira. O estatuto foi uma mudança de paradigma, a criança e o adolescente passaram a ser vistos como sujeitos de direitos, porque até então eram vistos como sujeitos tutelados, disse (a partir de 5:44 do arquivo acima).

Ela afirma que houve avanço nas últimas três décadas, com implementação de políticas de proteção às crianças e adolescentes, mas que as manifestações promovidas anualmente pelo Movimento Candelária Nunca Mais ainda são necessárias.

A violência contra esse grupo em específico ainda existe, ainda está aí. Não vou falar que nada mudou, algumas coisas mudaram. Mas a gente sabe que a violência contra o negro, contra quem está nas periferias, na favela é muito grande. A forma de abordar [da polícia] é diferenciada. A gente vê que o racismo estrutural está presente aí e é uma luta constante, afirmou (a partir de 6:47 do arquivo acima).

O Conversa de Portão é um podcast produzido pelo Nós, Mulheres da Periferia em parceria com UOL Plural, um projeto colaborativo do UOL com coletivos e veículos independentes. Novos episódios são publicados toda terça-feira.

Os podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts e em todas as plataformas de distribuição. Você pode ouvir Conversa de Portão, por exemplo, no Youtube, no Spotify e no Google Podcasts.