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CAOScast: nova paternidade passa pela mudança do que significa ser homem

Cuidar dificilmente é visto como trabalho de homem. Seja da casa, dos idosos ou dos filhos. Para os homens, a imagem de um bom cuidador costuma ser atrelada ao dinheiro e à capacidade de prover uma vida confortável à família, enquanto que, para as mães, o cuidado está ligado à atenção com os filhos, ao afeto, e à preocupação.

Mas essa mentalidade vem mudando, e o episódio do CAOScast distribuído hoje aqui em TAB (ouça acima o arquivo na íntegra) fala do pai grávido. Emprestando a ideia da autora Tania Salem, que escreveu Casal Grávido, os caóticos debatem o que é ser um pai participativo hoje em dia.

Eu sei que dá um estranhamento aí quando a gente ouve esse termo [pai grávido], mas esse é um conceito que corre em paralelo com essa questão da masculinidade, diz a líder de pesquisa da Consumoteca, Marina Roale. É o movimento em que o pai assume um lugar de cuidador emocional e social do filho desde os primeiros momentos ali da gravidez, ou do momento em que essa criança chega na sua vida, explica ela no podcast (ouça a partir de 13:11).

Participar igualitariamente da vida dos filhos já não significa mais apenas trazer dinheiro para casa. E isso passa muito pela desconstrução da própria ideia de masculinidade, debatem os caóticos. Acontece que essas mudanças não ocorrem de uma hora para a outra, e a pesquisadora Rebeca de Moraes conta que a reconstrução dos homens costuma ser bem mais lenta que a das mulheres.

Faça um teste: analise a diferença de pensamento e comportamento entre uma avó e suas netas, e depois a diferença entre um avô e seus netos. Muito mais coisa mudou na visão do que é ser mulher, né? E os avanços sociais delas acabam fazendo com que eles também se vejam obrigados a mudar. [Tem] uma tendência que a gente estudou nos últimos anos que a gente deu o nome de masculinidade afetiva (...). Antigamente a gente tinha um homem -- em um universo mais tradicional -- que demonstra afeto pela sua família por ser um provedor. Um homem que paga contas, que se responsabiliza pela casa. (...) Conforme eles começam a dividir esse papel com as mulheres (...), os homens são chamados a reconhecer outros lugares de afeto além desse, e mostrar seus cuidados de outras formas, diz a pesquisadora (a partir de 10:28).

De Simpsons e Cristiano Ronaldo a Guimarães Rosa e Jesus Cristo, os caóticos trazem exemplos de pais da realidade e da ficção para entender como os modelos que temos como inspiração influenciam ou refletem a paternidade de hoje. Em uma pesquisa realizada pela Consumoteca, ficou claro como a imagem do pai ainda é muito associada a características como rigidez, falta de paciência, falta de compreensão com os filhos. Influenciadores como Marcos Piangers, entrevistado no episódio, tentam trazer novas referências aos homens e mostrar que o papel de pai é muito mais plural do que eles imaginam.

Essas figuras também abrem espaço para conversas sobre vulnerabilidades, sobre os perrengues que os homens passam e as dúvidas que eles estã