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CAOScast: A hora que o boleto chega e os desafios da adultez dos millennial

Dia desses, o antropólogo (adulto) Michel Alcoforado foi ao shopping center, comprou um slime de sua cor preferida, com seu próprio dinheiro, brincou com a massinha e depois jogou fora sem precisar dar satisfação a ninguém. Para o antropólogo, esse foi um dos momentos em que ele percebeu as vantagens de ser adulto, como contou no 4º episódio do CAOScast veiculado aqui em TAB. Ouça acima o episódio completo.

CAOScast vai ao ar todas as quintas-feiras.

Brincadeiras à parte, virar gente grande tem uma conotação bem diferente para os millennials do que tinha para seus pais -- geralmente a geração X ou baby boomers --, mostra Alcoforado, com a companhia dos pesquisadores Tiago Faria e Rebeca de Moraes, e também de Marina Roale, head de pesquisa da Consumoteca.

Os jovens que têm hoje por volta de 30 anos podem estar nas mais diferentes fases. Enquanto, para as gerações anteriores, uma vida bem-sucedida nessa idade significava casa própria, família formada e emprego estável, atualmente há uma pluralidade de métricas. É só olhar para o lado. Tem os trintões casados e com filhos, aqueles viajando o mundo num período sabático, outros cursando a terceira faculdade e ainda os que decidiram largar tudo para abrir uma loja de brigadeiros.

A geração millennial está fazendo uma releitura do que era a famosa crise dos 30. Porque as outras gerações sempre tiveram uma crise que, você chega a uma idade que é meio aquela fase que você sente que é colocado contra a parede, que você tem que prestar conta de tudo que você já fez, e que você está dando certo. Só que antes tinha uma idade, que era perto dos 30 anos. (...) Hoje, cada um está num momento. E você fica se perguntando: quem estava mandando melhor? É quem está fazendo mais stories? É quem está meditando mais?, questiona Roale (ouça a partir de 29:22).

Mas, independente do caminho que o millennial escolheu na adultez, uma coisa é fato: os boletos chegam. E questões financeiras são algumas das principais preocupações para esse pessoal, que entrou na vida profissional em momentos de crise econômica (seja a mundial, de 2008, ou mesmo a brasileira, a partir de 2014).

Quando a gente vai investigar um pouco os termos correlacionados à vida adulta, a gente vê que, quanto mais pobre, quanto mais humilde a situação econômica das pessoas, mais o termo está atrelado a questões de responsabilidades. Em contrapartida, quando a gente vai falar com um público mais abastado, que tem mais grana, 'propósito' e 'liberdade' são termos que aparecem muito mais, conta Faria sobre uma pesquisa da Consumoteca, que buscou investigar o que diferentes gerações relacionam à adultez (a partir de 39:13).

Perdidos entre a imagem que tinham da vida adulta quando eram mais jovens e as responsabilidades reais de um mundo que já mudou bastante, como ficam esses jovens ao chegarem nessa fase? Ficou curioso(a)? Ouça o episódio completo acima.

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