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Candelária, 25: sobreviventes relembram a chacina

O sol estava a pino quando um menino de cerca de 8 anos soltou da mão do pai e correu para olhar dentro da enorme fonte, no centro da praça. Apoiou as mãos na beirada de pedra e colocou a cabeça para dentro, perguntando por que estava vazia.

Vinte e cinco anos antes, o chafariz que jorrava água no centro da fonte era o parque de diversões de outras 70 crianças que viviam naquela região, em volta da Igreja da Candelária, no centro do Rio. A maioria delas não está mais aqui para contar essa história.

Esse foi o local de uma das chacinas mais impactantes da história do país, que deixou oito crianças e jovens moradores de rua mortos em 23 de julho de 1993. Em frente à Candelária, hoje, sobraram corpos vermelhos pintados na calçada de pedras portuguesas desgastadas e uma cruz que não tem mais os nomes das vítimas.