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Bienal, 70 anos #4: Década de 80 esbanjou criatividade com grafite, música

O quarto episódio do podcast Bienal, 70 anos aborda a década de 80, que foi marcada pelo fim da ditadura no Brasil e a volta da liberdade. Com apresentação de Marina Person, o podcast --uma coprodução do UOL e da Fundação Bienal de São Paulo-- tem dez episódios. As publicações são sempre aos sábados, e você pode ouvir o quarto episódio na íntegra no arquivo acima.

A reabertura democrática do Brasil, a volta dos artistas exilados após a Lei da Anistia e o fim do boicote provocaram uma avalanche de novas obras, criatividade e questionamentos. Tudo isso refletiu nas salas da Bienal. Se nas últimas edições, para alguns, o evento andava um pouco apagado, agora a exposição voltava ao centro das discussões artísticas do mundo.

http://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/cf/2021/07/21/obra-de-keith-haring-na-17-bienal-de-sao-paulo-1626895647389_v2_750x1.jpg title=Obra de Keith Haring na 17ª Bienal de São Paulo >Obra de Keith Haring na 17ª Bienal de São Paulo - Autor desconhecido/Fundação Bienal de São Paulo/Arquivo Histórico Wanda Svevo (450x600)


Um marco importante desta década foi a apresentação do artista americano Keith Haring, que ficou conhecido por pichar os vagões do metrô de Nova York com contorno de pessoas, cachorros, robôs e televisões. Ele era discípulo de Andy Warhol e encontrou seu jeito próprio de criticar a sociedade americana. Na 17ª Bienal, em 1983, Haring foi convidado para cobrir um muro branco com seus grafismos de estilo simples e moderno. Na época ele tinha 25 anos e, além de pintar, também foi visto andando de bicicleta pela exposição. Era a influência do movimento hip hop que chegava à Bienal de São Paulo.

Essa foi uma escolha arrojada, possível por causa de uma mudança estrutural que aconteceu na Fundação: a decisão de se ter um curador-geral em vez de uma comissão que escolhia as obras a serem expostas. O fato de se ter um único curador dava um caráter mais autoral para as exposições.

O primeiro a ocupar este cargo foi o professor e crítico de arte Walter Zanini, conhecido pelo trabalho que fazia à frente do MAC (Museu de Arte Contemporânea) da Universidade de São Paulo. Ele foi curador das edições de 1981 e 1983.