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Bellintani: "Discurso de igualdade é muito importante, mas é insuficiente"

Único entre os 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro com um técnico negro, Roger Machado, além de ações contra a homofobia e o racismo, e de estampar uma mancha de óleo na camisa em protesto contra a poluição nas praias do Nordeste, o Bahia chegou a ser chamado de 'clube mais progressista do Brasil' pelo jornal inglês The Guardian em uma reportagem no ano passado, e seu presidente Guilherme Bellintani é um dos principais responsáveis pelo posicionamento do clube.

Em entrevista ao programa Os Canalhas, com os jornalistas João Carlos Albuquerque e Rodrigo Viana, Bellintani justifica o posicionamento, ressalta a importância de um processo educacional contra o racismo, a homofobia e a desigualdade social e chama a atenção para a mudança de postura dos clubes nos últimos anos neste sentido, mas vê apenas o discurso como insuficiente para uma mudança de cultura no futebol e na sociedade.

Há apenas 120 anos a gente tinha um modelo escravocrata no Brasil. E o que aconteceu de lá para cá? As políticas públicas entenderam que o fim de um processo tão traumático quanto a escravidão, era suficiente para deixar a sociedade como normal. E no século 20 nós não tratamos dessa ferida na sociedade brasileira. Nós empurramos completamente, a gente fingiu que aquilo não existia. Já não tem mais escravos no Brasil, quem disse que não tem? Apenas mudamos a forma da escravidão, afirma Bellintani.

Enquanto o país não entender que o processo educacional, ele reflete diversas outras coisas, e ele é o grande transformador, e a gente não tratou disso no século 20, não tratamos disso, e por isso que a sociedade brasileira é assim hoje, enquanto isso não acontecer, a gente vai continuar nesse nível de desigualdade. Então ainda vai durar muito tempo. E é muito importante que o discurso ele tome conta como ele tem tomado nos últimos anos, o discurso da igualdade, contra o racismo, contra a homofobia, isso é muito importante, mas isso não é suficiente, completa o dirigente.

Bellintani ressalta a manifestação dos clubes no Dia do Orgulho LGBTI, o crescimento na participação com publicações feitas nas redes sociais, mas ainda não acha que o discurso seja orgânico e nem revolucionário.

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