reprodução automática próximo vídeo em 5s

Bellintani: "Clubes criativos podem mais ficar menos dependentes da Globo"

A briga entre o Flamengo e a TV Globo após a MP 984, editada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o uso da Fla TV para a transmissão de jogo do Campeonato Carioca, o que causou o cancelamento do contrato da Globo com a competição, marcam um movimento que pode ter consequências no futebol brasileiro. Outros clubes têm discordâncias em relação aos direitos de transmissão. O Bahia é um que bate de frente com a emissora e tem atuado para depender cada vez menos da TV.

Em entrevista ao programa Os Canalhas, com os jornalistas João Carlos Albuquerque e Rodrigo Viana, o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, afirma não ter receio de confrontar a Globo pelos direitos do clube e faz um misto de elogios e críticas à forma como a emissora atuou no futebol brasileiro nas últimas décadas.

Não dá para piorar o que gente tem com a Globo, não dá para piorar. É muito ruim, é péssimo. Com todo o respeito à Globo, a Globo é um importantíssimo agente do futebol brasileiro, é importantíssimo. A Globo estruturou o futebol brasileiro por décadas e isso tem valor, eu não estou falando de coisas ruins só. A Globo é um player importantíssimo para o futebol brasileiro, sem ela o futebol brasileiro não seria o que é hoje e não teria também talvez os defeitos que tem hoje, afirma Bellintani.

O Bahia faturou R$ 95 milhões em 2017, sendo que R$ 65 milhões foram de direitos de TV da Globo, ou seja, dois terços do que o Bahia arrecadava vinha da Rede Globo de Televisão. Dois anos depois, a gente saiu de R$ 95 milhões para R$ 189 milhões. Nós dobramos a receita em dois anos, e a receita que era da Globo de R$ 65 milhões, foi para R$ 50 milhões, porque a gente fechou com a Turner o outro complemento. O Bahia saiu de 66% de dependência da Globo para algo perto de 25%, 27% mais ou menos, sendo que saímos de um pay-per-view de R$ 20 milhões para um de R$ 8 milhões por ano, completa o dirigente.

Apesar das queixas a respeito da distribuição de verba do pay-per-view, o dirigente vê, pelo que já conseguiu fazer no Bahia, que é possível que os clubes arrumem outras maneiras de arrecadas sem que sejam dependentes apenas do contrato de direitos de transmissão com a Globo e cita exemplos de como conseguiu fazer o clube que preside se organizar financeiramente.

Está chegando o momento em que os clubes médios criativos do futebol bras