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Com quase 60 anos de carreira no rádio esportivo, Washington Rodrigues, o Apolinho, é o criador do termo ‘geraldino' para se referir aos torcedores que frequentavam a geral do Maracanã, setor que deixou de existir em meio às reformas do estádio para o seu estágio atual, seguindo um padrão internacional para receber a Copa do Mundo de 2014.

Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, Apolinho lembra da época dos geraldinos e reforça a falta que eles fazem aos jogos de futebol no Rio de Janeiro, com toda a interação que eles tinham com os próprios jogadores que atuavam no gramado do Maracanã.

Essa gente que fazia parte da história, que participava, ela tinha uma comunicação com os jogadores, muito grande, motivava e levava, eu já vi o próprio Zico dando entrevista e dizendo que ele se motivava, ele corria olhando para a geral, interagindo com o geraldino depois de meter um gol, conta Apolinho.

Ele via nos olhos dos geraldinos, na expressão dos geraldinos, lágrimas caindo dos olhos dos geraldinos, estava vendo ali recompensado o esforço que ele estava fazendo em campo. Isso aí é uma troca de energia, o torcedor manda energia para o campo e o jogador devolve para o torcedor a empolgação, isso é um combustível que alimenta, completa.

Crítico à elitização do público no futebol, com os ingressos mais caros, Apolinho também lamenta a mudança do perfil do comportamento do torcedor, de forma mais ponderada e sem a mesma emoção de outrora.

Agora está muito quietinho, negócio de bater palminha e tal, sinceramente, eu sinto falta das torcidas organizadas, enfim, mas hoje é assim, conclui.

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