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A agropecuária no bioma Amazônia

As unidades rurais na Amazônia incluem desde produtores vivendo do extrativismo vegetal e animal (pesca) com técnicas próximas do Neolítico até os mais modernos e tecnificados agricultores do Brasil na área de grãos e algodão. Quantificar e qualificar os produtores rurais e unidades de produção do bioma Amazônia será sempre difícil dada a grande extensão territorial, o habitat disperso, a infraestrutura precária e, sobretudo, os desafios da regularização fundiária.
A Embrapa Territorial utilizou as informações do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e no IBGE para identificar, quantificar e referenciar geograficamente 1.007.724 produtores rurais lato sensu no bioma Amazônia, dos quais 89% são pequenos (menos de 4 módulos fiscais). Desse total, 38,9% encontra-se no Pará e 15,2% em Rondônia. Apenas esses dois estados reúnem 54% das unidades produtivas do bioma Amazônia.
A agropecuária na Amazônia é, de certa forma, irrelevante para o Brasil e sobretudo para o agronegócio. Segundo estudos realizados pela Embrapa Territorial, as atividades agropecuárias ocupam 13,1% do bioma Amazônia. As pastagens nativas, plantadas e manejadas alcançam 10,7% do bioma. As lavouras anuais e perenes somam ocupam apenas 2,4% do bioma Amazônia.
Considerando-se a média trienal (2018-2020) da produção agropecuária no bioma Amazônia, apenas 1,7% da produção nacional de cana de açúcar está situada no bioma e destinada principalmente à forragem animal. Da produção nacional do algodão, 8,4% ocorre no bioma e 2,4% da laranja. No caso do café, 4,4% da produção vem do bioma Amazônia. Milho e soja representam 16,7% e 15,6% da produção nacional, respectivamente. As produtividades são próximas das médias nacionais.
O rebanho bovino e bubalino é da ordem de 66,7 milhões de cabeças no bioma Amazônia. A lotação média no bioma tem aumentado e é de 1,4 cabeça/ha, ligeiramente superior à média nacional (1,3 cabeça/ha). A recuperação e a intensificação das pastagens têm sido constantes no bioma Amazônia graças a novos sistemas de produção animal como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Apenas a produção de carne bovina da região é relevante para o abastecimento nacional (29% do rebanho nacional) e as exportações, incluindo gado em pé. O Pará é o principal estado brasileiro exportador de bovinos vivos para engorda ou abate, com mais de 95% do total nacional. A produção de suínos e aves representa 5% e 3% do plantel nacional e visa essencialmente o abastecimento do mercado local e regional.
A produção extrativista e agropecuária de cerca de um milhão de pequenos agricultores amplia a segurança alimentar e ajuda na melhoria da qualidade de vida na Amazônia, sobretudo nas cidades. Os produtores rurais precisam ser apoiados com inovações tecnológicas, financiamentos e novas formas de organização, necessitam de um programa efetivo e urgente de regularização fundiária e de segurança jurídica. E não criminalizados em suas atividades.