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Futebol sem Fronteiras #20: Lazio x Roma, o clássico mais politizado da Itá

Neste domingo (26), a Itália se prepara para acompanhar mais uma edição de um dos clássicos de maior rivalidade do futebol europeu. Lazio e Roma se enfrentam no estádio Olímpico às 13h (horário de Brasília, com acompanhamento do Placar UOL), em um encontro marcado pela forte influência política nas torcidas das duas equipes.

No podcast Futebol sem Fronteiras #20 (ouça na íntegra no episódio acima), o colunista Julio Gomes e o correspondente internacional Jamil Chade conversaram com Antero Greco, jornalista dos canais ESPN/Fox. Eles contaram um pouco da história do 'Dérbi da Capital' e como a política se tornou elemento fundamental deste duelo.

Jamil explicou que, curiosamente, a origem dos dois clubes era inversa à posição política atual. Tem essa tendência dos torcedores da Lazio serem mais de direita e os da Roma, mais de esquerda. Isso é uma generalização, claro, mas há uma história incrível sobre esse dérbi. No início, era exatamente o contrário. A Lazio foi o primeiro clube criado na região. Nos anos 20, um certo Benito Mussolini queria dizer que Roma enfrentaria de igual para igual o poder do futebol do norte da Itália. Ele 'inspira', para colocar de uma forma diplomática, três times romanos a se unirem e criaram a Roma. O projeto era de incluir a Lazio, mas o clube disse 'de jeito nenhum'. Quase cem anos depois, temos exatamente uma situação inversa, com a Lazio sendo o reduto da extrema-direita e a Roma sendo mais de centro-esquerda, disse o correspondente.

Antero falou da situação peculiar do futebol italiano, na qual os clubes historicamente mais poderosos e vencedores estão em Turim e Milão, com a capital em segundo plano. A Itália é um dos países onde o centro do futebol não é a capital. A Lazio tem dois títulos de campeão italiana e a Roma, três. O clássico loca se torna o mais importante para eles. Como eles dificilmente chegam a conquistas significativas, os duelos entre ambos acabam atraindo a atenção dos torcedores, até exageradamente. Por isso vemos muitos episódios interessantes, mas também muita briga e a polícia sempre mobilizada na semana que antecede esse clássico, contou.

Essa transformação é lenta e muitos ainda acham um absurdo chamar todo torcedor da Lazio de direita. Tanto o clube como a organização dos jogos admitem que esses torcedores de extrema-direita existem na Lazio. Há um ponto fundamental nessa lógica, que é ser contra o estado. Isso pode ser de esquerda ou de extrema-direita e ser extremamente violento, comentou Jamil, que relembrou quando cobriu o clássico romano e acompanhou a torcida da Lazio. No galpão onde era feito o 'esquenta' havia símbolos fascistas, inclusive com um busto do Mussolini. Esse era o 'esquenta' dos ultras da Lazio. Mais do que ser um clube de extrema-direita, ele tolera a existência desse grupo, acrescentou.

Antero citou algumas das polêmicas nas quais torcedores da Lazio se envolveram por conta de seu alinhamento político, como em casos de racismo com jogadores até da próp