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Para advogado, firmar delações na Lava Jato está cada vez mais difícil

Advogado com atuação na Lava Jato desde 2014, ano de deflagração da operação, Rogério Taffarello afirmou que ainda vê espaço para que muitos acordos de delação sejam firmados no caso.

“Temos mais de 50 delatores, mas se pensarmos o tamanho da Lava Jato, com dois anos em andamento, centenas de pessoas envolvidas, vemos um monte de operações em uma só. Não é uma operação nos moldes que conhecíamos até então. Há fases com quase nenhuma relação entre si”, disse.

No entanto, ele defende que o criminalista não seja um “apologético da delação premiada”. Para Taffarello, “a advocacia criminal tem que ser mais completa que isso”.

Responsável pela condução de dois acordos de delação cujos os investigados não chegaram a ser presos, ele refuta a teoria de que as delações são firmadas apenas com a pressão de prisões preventivas, mas destaca a necessidade que o Ministério Público tem de zelar pelas colaborações firmadas.

“Cabe ao Ministério Público e à Polícia Federal ter muito zelo na hora de celebrar acordos para que não constituam narrativas sem provas”, afirmou.

Segundo Taffarello, a realidade para quem pretende firmar delações nos dias de hoje é bem distante da do início da operação: “No final de 2014 ainda era possível que um alvo menor da investigação pudesse sentar com o MP e negociasse”.