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Góticos enfrentam chuva e neblina para fugir do Carnaval

Não vejo a hora de tirar esse coturno, essa lente e ir dormir, diz, cansado, Diego Le Fey. Ele é um dos organizadores do Primeiro Encontro Gótico em Paranapiacaba, que, na internet, prometia reunir 6 mil pessoas. Mas o sábado chuvoso de Carnaval atraiu apenas 70 pessoas para o afastado e histórico distrito de Santo André (Grande SP).

A proposta dos jovens participantes foi similar a dos amantes da folia carnavalesca: socializar, se descontrair e beber madrugada adentro. Mas o ambiente gótico pouco pode lembrar os blocos e desfiles.

Não há rituais. Quase todos se vestem de preto, usam botas de plataforma, maquiagens pesadas e coleiras pontiagudas.

Os góticos são laicos. O bode e o pentagrama invertido aqui, na verdade, significam a alma masculina, diz Lilith, cujo nome ela mesma escolheu devido à composição astral do dia em que nasceu.

Apesar de um calor intenso no distrito, eles não abrem mão do visual de vinil e couro. Não assumem a vestimenta como fantasia e pouco se importam com o Carnaval. No dia a dia, no entanto, usam roupas diversas.

A estudante de nutrição Ruthinha disse estar feliz mesmo com a chuva torrencial que caía. Não gosto de 'sertanojo', nem de pagode. Essas pessoas [que apreciam] são vazias, os góticos são pessoas lindas.