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Análise: Até pedido de impeachment, Brasil vivia sob mútua chantagem

“O Brasil, nesses últimos meses, via um processo de mútua chantagem, eventualmente até criminal, e de repente começamos a fazer política de verdade. Alguns dos velhos caciques estão se movimentar. Então, por mais que o país esteja numa crise, vemos uma tentativa de construção de uma solução”, afirma o colunista da *Folha* Oscar Vilhena Vieira, professor de direito constitucional da FGV-SP e ex-procurador do Estado de SP.

Ele participou da transmissão ao vivo da TV Folha desta quinta-feira (03) ao lado do editor de Poder, Fábio Zanini, e do repórter especial Fernando Canzian.

Em retaliação ao PT e ao Planalto, que não asseguraram votos para enterrar seu processo de cassação, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou às 18h38 desta terça-feira (2) a deflagração do principal pedido de impeachment contra Dilma Rousseff.

“Rifaram a Dilma pela sobrevivência do próprio partido”, avaliou Canzian, sobre a decisão do PT.

O editor de “Poder” lembra que, historicamente, o PT sempre foi um partido subordinado ao governo. “Com esse processo de agora, de o PT ter abandonada Cunha e isso deflagrar o processo todo, ocorre um marco. Depois de Cunha, talvez a pessoa mais odiada seja Rui Falcão [presidente do PT].”

Para os debatedores, o comportamento do PT é determinante para o cenário político com 2016.

“Será uma oposição talvez mais dura do que nos anos FHC. Ninguém acha que um eventual presidente Michel Temer não assumirá em meio à crise que agora temos, grave. Se a presidente Dilma sobreviver, a relação com o PT está esgarçada a um ponto que não sei como pode ficar. O PT não vai expulsar a Dilma, jamais, mas a Dilma pode expulsar o PT”, afirma Zanini.